Conselho de Segurança condena lançamento de foguete norte-coreano

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Conselho de Segurança condena lançamento de foguete norte-coreano

Órgão da ONU ameaçou com novas medidas contra a Coreia do Norte.
País afirmou ter ‘direito legítimo’ a lançar foguetes com fins civis.
O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta quarta-feira (12) o lançamento de um foguete feito pela Coreia do Norte, afirmando que se trata de uma “clara violação” de suas resoluções.
O conselho também afirmou que pode tomar medidas caso isso venha a se repetir.
Ao mesmo tempo, a Casa Branca anunciou que vai trabalhar com seus parceiros internacionais para aumentar o isolamento da Coreia do Norte.
‘Direito legítimo’
Antes, a Coreia do Norte havia reafirmado seu “direito legítimo” de lançar foguetes com fins civis e dito que continuará com seu programa espacial.
“Pouco importa o que digam os outros, continuaremos exercendo nosso direito de lançar satélites”, declarou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.
Pyongyang realizou durante a madrugada um teste bem sucedido de seu foguete de longo alcance, considerado por muitos países do ocidente um míssil balístico disfarçado, segundo anunciou a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
“O disparo com êxito é um progresso no desenvolvimento das tecnologias científicas e da economia de nosso país e exerce nosso direito à utilização pacífica do espaço”, afirma uma nota da agência oficial norte-coreana KCNA.
“Nossos técnicos e nossos cientistas colocaram em órbita o satélite com sucesso, ao ter em elevada estima os ensinamentos do grande dirigente Kim Jong-Il.”
Segundo a agência, o foguete decolou do centro espacial de Sohae (noroeste) às 9h49 (22h49 de Brasília, terça-feira), dois minutos antes do horário anunciado pelo exército sul-coreano, e o satélite foi colocado em órbita nove minutos depois.
“O satélite está agora em órbita, evoluindo entre 499,7 e 584,18 km sobre a Terra”, destacou o KCNA.
Trajeto
O governo japonês confirmou que o foguete passou sobre a ilha de Okinawa, mas não foi interceptado pela defesa antiaérea local.
“O míssil que a Coreia do Norte chama de ‘satélite’ (…) passou sobre Okinawa às 10H01. Não ativamos qualquer interceptação”, explicou o gabinete do primeiro-ministro japonês, que havia colocado as forças militares em alerta.
Segundo observações de militares japoneses e sul-coreanos, o primeiro e o segundo estágios do foguete Unha-3 caíram no mar, a oeste e a sudoeste da península coreana. O terceiro estágio também caiu no mar, 300 km a leste das Filipinas.
Este lançamento marca o 100º aniversário do nascimento de Kim Il-Sung, fundador e “presidente eterno” da Coreia do Norte, avô do atual dirigente e pai do anterior.
O regime comunista afirma que o foguete colocou em órbita um satélite civil de observação terrestre, mas a comunidade internacional garante que trata-se de um novo teste de míssil balístico, o que é proibido pelas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU em 2006 e 2009.
A Coreia do Norte pretende se dotar de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) capazes de atingir o continente norte-americano, mas até o momento havia fracassado em seus testes.
O lançamento anterior, em abril, terminou em fracasso.
EUA
O governo dos Estados Unidos considerou o lançamento “muito provocativo” e alertou que a ação desestabilizará a região, além de prejudicar os esforços de não proliferação em todo o mundo.
“O lançamento de hoje é um ato muito provocativo que ameaça a segurança da região, viola diretamente as resoluções 1718 e 1874 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, infringe as obrigações internacionais da Coreia do Norte e mina os esforços globais de não proliferação”, afirma em um comunicado o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o teste norte-coreano como um “ato provocativo” que viola as resoluções do Conselho de Segurança e ameaça “a estabilidade da região”.
“O secretário-geral está preocupado com as consequências negativas que este provocativo ato possa ter na paz e estabilidade da região”, afirmou o porta-voz de Ban, Martin Nesirky.
Ban, ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse que o ato de Pyongyang “é totalmente lamentável porque desafia o unificado e forte apelo da comunidade internacional”, completou o porta-voz.
Os governos da Coreia do Sul, Rússia, Japão e da China também condenaram o lançamento.
“Nosso governo condena energicamente a Coreia do Norte por ter prosseguido com esta provocação fazendo caso omisso das repetidas advertências e reivindicações da comunidade internacional”, afirmou o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Kim Sung-hwan.
A ação da Coreia do Norte é “uma ameaça à paz na península coreana e no mundo todo”, acrescentou o chanceler sul-coreano ao ler um comunicado governamental após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.
O país comunista terá que enfrentar uma “grave responsabilidade” e um maior isolamento, assegurou Kim, que instou o regime de Kim Jong-un a investir seus recursos em melhorar o nível de vida de seus cidadãos em vez de promover programas de mísseis e com viés nuclear.
“O lançamento realizado pela Coreia do Norte é inaceitável”, disse, por sua vez, o ministro porta-voz do governo japonês, Osamu Fujimura, em entrevista coletiva convocada no escritório do primeiro-ministro, Yoshihiko Noda.
A China também criticou a atitude da Coreia do Norte.
“Nós lamentamos o lançamento realizado pela Coreia do Norte, apesar das graves inquietações da comunidade internacional”, declarou o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei.
“A China afirma que o enfoque fundamental para garantir a paz e a estabilidade na Península Coreana deve ser encontrado por meio do diálogo. Esperamos que as partes envolvidas mantenham a calma”, disse.
“A Coreia do Norte tem o direito de utilizar o espaço com fins pacíficos, mas também está submetida a restrições em virtude das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Hong Lei.
Segundo informou a agência oficial “Xinhua”, o governo chinês pediu a todas as partes envolvidas na região que mantenham a “cabeça fria” e evitem uma escalada da tensão na península coreana.
Na opinião de Pequim, o lançamento da Coreia do Norte representa “um ato de provocação na região”. “Se um país faz o que quer sem considerar os outros, o mundo se torna caótico”, indica a Xinhua.
Fonte: G1

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